segunda-feira, 16 de abril de 2012

Algés no Azulejo "A Grande Vista de Lisboa" do ano de 1700



Na sala de exposição do terceiro piso do Museu Nacional do Azulejo, pode-se observar uma das peças mais notáveis à guarda deste Museu: A Grande Vista de Lisboa, cujo tema é a representação da cidade antes do trágico sismo de 1755.

O painel pertenceu ao Palácio dos Condes de Tentúgal, situado no largo de Santiago em Lisboa. A encomenda e a contextualização em que foi produzida, ainda hoje, permanece pouco clara, embora alguns avanços tenham sido dados, nos últimos anos, pelo especialista em estudos de azulejaria José Meco, que a atribuiu ao pintor de azulejos Gabriel del Barco (1649-c. 1703) e a datou de cerca de 1700.

No contexto da azulejaria portuguesa, estamos perante um exemplar único, pela apresentação de Lisboa desde o sítio de Algés até Xabregas numa narrativa citadina completa, incluindo fortes, palácios, quintas, igrejas, conventos, mercados, fontes, moinhos de água e alguns símbolos cristãos como as cruzes. O movimento da Lisboa do século XVIII foi também registado em traços apressados, através dos quais surgem pequenas figuras humanas ocupadas com os afazeres quotidianos. Saliente-se ainda a graduação da perspectiva, que elege como zona principal o Terreiro do Paço, verdadeiro palco de todas as festividades ocorridas na Lisboa Barroca, para se ir esbatendo na representação das quintas e conventos dos arredores.

Para completar esta breve referência à história do painel, resta enfatizar que a sua importância reside também, no facto, de ter permanecido num estado praticamente completo até aos nossos dias mantendo-se como um dos mais importantes documentos iconográficos para os Estudos da Olisipografia.

Neste azulejo há duas referencias à região de Algés pelo que passamos a partilha-los



 Na enorme panorâmica com cerca de 115 x 2247 cm, aparece um trecho marginal do Tejo entre a foz do Jamor e os morros de Ribamar, que corresponde à zona entre a Cruz Quebrada, Dafundo e Algés. Vê se claramente no lado direito do painel a ponte sobre a ria e o Forte da Conceição, que foi colocado na margem errada.

Imagem: Convento de S. José de Ribamar e Ponte de Algés.
Referência bibliográfica: Lisbonne avant le Tremblement de terre. Le panneau (1700-1725) du musée de l' Azulejo, Inst. Português de Museus, Câmara Municipal de Lisboa,Ed. Chandeigne, 2004



Convento de Santa Catarina-a-Velha, na Cruz Quebrada e forte da Cruz Quebrada (já desaparecidos). Painel de azulejos sobre a "Grande Vista de Lisboa", existente no Museu do Azulejo em Lisboa, executado entre 1700 e 1725


"No reinado de D. João V, no de D. José ou mesmo no de D.Maria I, os vultos mais destacados da música (erudita ou sacra) portuguesa, frutificaram no seu trabalho "à sombra" das sés, das capelas ou das abadias existentes por esse país fora".

D. Giovanni Giorgio natural de Veneza, foi contratado por D. João V em 1729 para dirigir a escola de canto religioso no Convento de Santa Catarina de Ribamar.

"...É autor de vários livros de solfejo, tendo composto ainda numerosos trabalhos de música sacra.(...). Admite-se que a data da morte deste compositor se situe por volta de 1761. Deixou mais de três centenas de composições". (Matos, Manuel Cadafaz de, A música em Portugal no tempo de D. José in Revista História, nº 53, Março de 1983, pp 71 e 73)

baseado num artigo de http://oeirascomhistoria.blogspot.pt

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